A Ermida do Planalto

Fazendo Educação




ISBN: 978-65-85101-38-7

DOI: 10.29327/5416339

Descrição: Há diferentes versões de A Ermida do Planalto constantes dos alfarrábios ambrosianos, isto para iniciar explicando o curioso título, ora adotado, que para além de pretender chamar a atenção do leitor, intenta espelhar a realidade de novellas em constante processo de reconstrução. De todo modo, prevalece nesta segunda edição o corpo do texto editado em 1945 pela Editora Monção, por entendermos que ele expressa a vontade última do auctor. A publicação, finalmente viabilizada em meados do século XX, deve mercê à grande amizade que desenvolvera o autor com a Professora Leondina Monção, uma das proprietárias do selo editorial, conforme percebe-se nos pré-textuais daquela edição. 
 As coincidências propostas nesta novela ambrosiana, que faz combinar eventos, topônimos, vidas humanas e igrejas abandonadas em lugares de seu Brasil Interior, fazem pensar que o autor teria romanceado histórias e dramas familiares dos quais fora testemunha ocular, ou, talvez, estórias que sejam fruto do trabalho de tradução escrita dos jogos de oralidade das gentes sanfranciscanas, múnus que tanto caracterizam a obra do velho-sábio. 
Uma hipótese não elimina a outra, enfim... Sobre a necessidade de religião e o desejo de justiça propostos pela literatura ambrosiana, tire o leitor suas próprias conclusões.
Em algum lugar de análise da obra de Ambrósio, havíamos proposto anterior e, metaforicamente, que no sertão do Paranapetinga, os mortos são demasiado falantes, não por se encontrarem deslocados da sociedade dos defuntos, mas pelo espaço que suas memórias e percursos históricos ocupam entre a sociedade dos vivos. Reafirmo. Ocorre que esta Ermida ambrosiana em ruínas nos propõe, ainda, que aqui falam alto, além dos mortos, os monumentos e lugares de memória sertanejos, a que chamamos carinhosa e familiarmente de tapéras.
Isto posto, desejamos boas-vindas a mais um lugar de memória desse desmesurado Sertão onde, em se procurando, tudo por aí se encontra. 
- Ramiro Esdras Carneiro Batista,
da Comissão Mineira de Folclore.

Organizadores da 3ª edição: Ramiro Esdras Carneiro Batista e Carlos Ceza de Carvalho



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